
A
coerência ou a falta dela na vida pública cada vez mais fica clara para
os eleitores. Através das diversas fontes de informações o povo sabe
identificar o político incoerente, aquele que promete e não cumpre, que
sempre tem um discurso de conveniência, que critica seus opositores e
depois quando o cenário muda começam a bajulá-los. Este serão vistos
pelos eleitores como oportunista e sem qualquer credibilidade.
Ouvi
de um fiel eleitor do Deputado José Nunes (ex-DEM) a afirmação de que
agora o deputado é da base do Governo Wagner (PT) e que os petistas
locais não teriam mais o que falar. Disse-me aquilo como se fosse um
grande feito do deputado, atitude de extrema esperteza e sabedoria.
Isso
me fez lembrar um discurso do próprio deputado na Assembleia
Legislativa quando ele classificou como incoerente o comportamento de um
ex-companheiro do DEM, que havia mudado para o PR, onde ele dizia:
"Estranho, por exemplo, o comportamento do senador César Borges, que
imaginava já estar no PR, ao afirmar que vai esperar a decisão do
Supremo Tribunal Federal sobre a fidelidade partidária para definir sua
saída do Democratas. Com todo respeito que tenho ao senador, acho
equivocada a postura dele", disse. Neste mesmo discurso classificou como
incoerente o comportamento de parlamentares que mudam de partido sem
consultar os eleitores que, nas urnas, definem quem é governo e quem é
oposição.
Todos
devem lembrar que nas as eleições do ano passado, o Deputado e sua
esposa a prefeita Fátima Nunes, faziam campanha para o candidato ao
Governo do Estado, Paulo Souto (DEM, antigo PFL) e para o José Serra
(PSDB), então candidato a Presidente. Naquele momento, em um discurso
gravado numa rádio local, a prefeita criticando o Governo Jaques Wagner
chamou-o inerte, sem palavra, que só fazia prometer e não cumpria. Nesse
discurso ela questionava: “Como é que se vota num governo para repetir
os mesmos erros, um governo sem palavra? A gente não vê trabalho e ainda
querem mais quatro anos?” No seu discurso, ela tentava desclassificar o
Governador Jaques Wagner (PT) e enaltecer o grupo ao qual pertenceu por
décadas (DEM). Resultado, Jaques Wagner foi reeleito Governador para
mais quatro anos e Dilma Rousseff foi eleita Presidente.
Diante
desse cenário, sem nenhuma cerimônia a prefeita Fátima Nunes e o
deputado mudaram de lado e de discurso, aderindo a um projeto do qual
nunca participaram e em nada contribuíram.
Já
ouvi de partidários do PT a afirmação de que “algumas pessoas usam a
política exclusivamente como um meio para fazer negócios e obterem
vantagens para si, seus amigos e familiares, sem se preocupar com o bem
da coletividade. Se as condições não estão mais favoráveis, eles
simplesmente mudam. Estes são chamados de vampiros da política, que
sugam o sangue das suas vítimas até a última gota até encontrar outro
pescoço novo e irrigado”.
Hoje
tudo se sabe, tudo se vê, tudo se divulga e assim a população
lentamente vai observando as contradições e as incoerências de alguns
políticos, que não têm qualquer senso de lealdade e que para atingir
seus propósitos não interessa a legitimidade dos meios, estando
dispostos inclusive a mentir e a dissimular.
A
tecnologia de hoje nos ajuda bastante a ver, a ouvir e a enxergar.
Contudo, somente iremos mudar o cenário atual se a juventude, os
empreendedores locais, os comerciantes e a sociedade civil organizada
adotarem uma nova postura, participando do processo eleitoral, ajudando a
eleger candidatos íntegros, coerentes, que tenham responsabilidade
social e, sobretudo, que de fato se preocupem com o bem comum.
Por: João de Tidinha
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