INTERIOR DE AL: HOMOXESSUAL É MORTO COM MADEIRA NO ÂNUS
Sexta-feira, Fevereiro 24, 2012 - Postado por tatiane silva

Um
crime brutal chocou a população de Olivença, município sertanejo,
distante 231 km da capital Maceió. Com exclusividade, o EMERGENCIA190
viajou até a pequena cidade, que tem pouco mais de 10 mil habitantes,
para acompanhar o caso, que tem como vítima o homossexual Valmir da
Silva, de 39 anos, conhecido na região por “Soraia”.
O
caso segue cercado de mistério, mesmo diante da gravidade dos fatos. A
vítima foi amordaçada, teve pedaços de madeira introduzidos no ânus e o
pênis queimado com álcool.
A
cunhada de Valmir, Maria José de Melo Silva, conhecida por “Candouca”,
52 anos, recebeu nossa reportagem e decidiu relatar detalhes dos
últimos dias de vida de “Soraia”.
Foi
dona Candouca quem percebeu que algo errado estava acontecendo com
“Soraia”, que havia desaparecido. A família temia o pior e decidiu
procurar por “Soraia”, que foi localizado graças as informações obtidas
com moradores da região. A família fala pouco sobre o caso.
Com
declarações truncadas o EMERGENCIA190 decidiu procurar informações na
região. Foi num bar, localizado na cidade de Olivença, que percebemos
que há motivos para o mistério da morte de “Soraia”. Fomos recebidos
pelo proprietário do estabelecimento, com desconfiança, mas ele acabou
contribuído com as informações. “O crime está recente, por isso ninguém
quer falar sobre o assunto”, disse o comerciante, que pediu para não
ter o nome revelado.
O retorno
A
família conseguiu localizar “Soraia”, que voltou para sua residência,
onde morava com a mãe, Beatriz Maria da Silva, 76 anos. Já no primeiro
dia ele começou a reclamar de fortes dores, principalmente na região do
abdômen. “Achei muito estranha a dor de barriga. Valmir mal sentava e
saía constantemente em direção ao banheiro. Já desconfiada, vi quando
ele jogou uma cueca muito suja nos fundos da casa. Por onde ele andava
subia aquele mau cheiro”, disse Candouca.
Ela
disse que “Soraia” ainda procurou o posto de saúde da cidade para se
medicar, mas devido às secreções ele passou a usar fraudas descartáveis.
Até então, segundo dona Candouca, “Soraia” não tinha revelado o que
havia acontecido com ele.
A
situação se agravou e “Soraia” foi levado para o Hospital Regional de
Santana do Ipanema Clodolfo Rodrigues mas, devido a gravidade, foi
transferido, em seguida, para o Hospital de Urgência e Emergência (HUE),
em Maceió. Durante a cirurgia o médico consegui tirar um pedaço de
madeira, com aproximadamente 15 cm, que estava no intestino grosso.
Soraia
não resistiu e faleceu algumas horas depois, do dia 3 de fevereiro,
quando se preparava para passar pelo mesmo processo para a retirada de
outro pedaço de madeira, que estava no ânus.
“Eu
acredito que Valmir estava bêbado, quando o crime aconteceu. Tenho
certeza que ele foi amordaçado para não gritar. Foi uma covardia muito
grande. Nós somos pobres, mesmo assim queremos justiça”, revelou dona
Candouca.
O homossexual acabou morrendo após uma infecção generalizada, 11 dias depois do crime. Com medo, a família de agricultores decidiu enterrar o corpo de Valmir da Silva, no cemitério do povoado Pedrão, ao invés do cemitério público da cidade.
Investigação policial
O
EMERGENCIA190 foi até a Delegacia Regional de Santana do Ipanema, onde
o delegado Manoel Wanderley falou sobre o crime. “Foi um crime
bárbaro. Tomamos conhecimento pelas pessoas da cidade, já que os
familiares não procuraram a Delegacia para fazer a denúncia”, disse o
delegado, acrescentando que o caso pode ter novidades a qualquer
momento. “Começamos a investigar o crime poucos dias após a morte do
rapaz e, em breve, teremos novidades. Estamos trabalhando para
esclarecer tudo”, disse Manoel Wanderley.
GGAL
O
presidente do Grupo Gay de Alagoas (GGAL), Nildo Correia, ficou
surpreso com o crime e garantiu que irá acompanhar o caso de perto para
que os acusados sejam presos. “Vocês estão me informando sobre esse
crime em primeira mão. Um absurdo! Então, vamos cobrar do delegado até
ser esclarecido”, disse Nildo.
O
presidente do GGAL contou que a família da vítima não procurou a
delegacia por vergonha. “O que levou a família a silenciar sobre o
assunto foi à vergonha por se tratar de um homossexual. Isso acontece
constantemente e devemos parar com esse preconceito, principalmente no
sertão de Alagoas”, advertiu.
Casos de homofobia
Desde
o início do ano, o GGAL já registrou seis homicídios contra
homossexuais, em Alagoas. Só No mês de fevereiro aconteceram mais dois,
sem contar com o crime de Olivença, que ainda não estava na estatística
do GGAL.
O
primeiro caso do ano aconteceu no município de Jequiá da Praia, onde a
vítima morreu a pedradas, crime praticado por um menor de idade. O
outro ocorreu na cidade de Penedo, onde o corpo foi encontrado boiando
numa piscina.
com informações sit emergência 190